Investigação

Operação na Perg mira tráfico e uso de drones

Investida do Gaeco busca combater o transporte de drogas e celulares para dentro do presídio

Foto: Tiago Coutinho- MPRS - Especial - DP - Celulares, facas, fones de ouvidos, entre outros foram apreendidos no momento

Uma ação realizada nesta segunda (5) pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco - Núcleo Região Sul) do Ministério Público (MP) dentro da Penitenciária Estadual de Rio Grande (Perg) vasculhou os quatro pavilhões em busca de armas, munições, celulares, dinheiro, drogas, documentos e anotações mantidas por detentos do local. A ofensiva faz parte da apuração de existência de associação criminosa sediada no Município que centralizaria o tráfico de drogas e a entrada de celulares dentro da casa prisional. O mesmo grupo seria o responsável pelo aumento da violência na cidade. Até o momento, Rio Grande tem registradas 94 mortes violentas em 2022.

Chamada de Operação Perg, a entrada e vistoria no presídio foi conduzida pelo coordenador regional do Gaeco, Rogério Meirelles Caldas, e pelo coordenador dos Gaecos, João Afonso Silva Beltrame. A ação contou com o apoio da Brigada Militar. Ao todo foram cumpridos 58 mandados de busca e apreensão.

Conforme o MP, a investigação começou há três meses e apontou que a associação criminosa se utiliza principalmente de drones para transportar celulares, carregadores e entorpecentes para o interior do presídio. Para os promotores, o chamado “delivery aéreo de drogas e outros materiais ilícitos” facilita o tráfico no interior e fora da Perg, ampliando o poder da facção que também daria ordens de dentro da casa prisional para que crimes sejam cometidos no Município. De acordo com dados do Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias (Infopen), somente até outubro foram registradas 21 ocorrências de drones na Perg em 2022. Em 2021 foram duas, enquanto em 2020 não houve registro.

Reflexo na violência
Para o coordenador regional do Gaeco, a circulação de drogas, armas e outros itens dentro do presídio tem influência direta no agravamento da insegurança nas ruas. “Quase a totalidade delas [mortes violentas] está diretamente vinculada a apenados recolhidos, os quais, por meio da introdução clandestina de celulares na prisão, continuam operando direta e indiretamente o tráfico de drogas”, argumenta Caldas.

Já Beltrame destaca que a entrega aérea de drogas e materiais ilícitos para dentro do sistema prisional exige alto aporte financeiro, uma vez que os produtos e o custo operacional para a execução de uma única “viagem” pode variar de R$ 10 mil a R$ 100 mil. “Ante o perceptível e significativo aumento do número de casos envolvendo o uso de drones na Perg, foram analisadas as ocorrências e chegamos à conclusão de que há uma autêntica associação criminosa atuando dentro e a partir da penitenciária, que, sem margem para dúvida, possui uma estrutura definida e um alto poder aquisitivo”, diz. ​


O que foi apreendido
> 25 celulares
> 10 cordas
> 25 facas artesanais
> 20 carregadores de celulares
> R$ 17.145 em dinheiro
> 10 fones de ouvido
> 1 balança de precisão
> 67,8 gramas de cocaína
> 100 gramas de crack

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